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Primeiro livro de crônicas de Martinho da Vila reflete a realidade das ruas

O DIA bateu um papo devagarinho e bem carioca com o compositor

Rio - No seu característico ritmo — devagar, bem devagarinho mesmo — o cantor, compositor e escritor Martinho da Vila lança seu 16º livro. A obra, intitulada Conversas Cariocas, com lançamento marcado para hoje na Livraria da Travessa, no Leblon, é a primeira de crônicas do artista, boa parte delas publicada no jornal O DIA, entre os anos de 2010 e 2012.

“Reunimos 92 crônicas. São bate-papos que tive com os leitores em diversos locais, principalmente nas ruas, que é minha praia (risos). Foram diálogos de verdade, olhando nos olhos dos leitores, ouvindo e dando opiniões sobre diversos assuntos”, descreve Martinho, salientando que foi o amigo Tom Farias, escritor e crítico literário, que idealizou o livro e o ajudou na seleção das crônicas.

Boa parte das 92 crônicas de Martinho foi publicada no DIA, entre 2010 e 2012.

Alexandre Brum / Agência O Dia

Aos 79 anos, Martinho da Vila diz ter tido “experiências incríveis” ao buscar temas paras seus escritos, observando, sobretudo, as relações humanas e as mudanças sociais e culturais ocorridas no Brasil naquele período, que antecedeu as grandes e violentas manifestações políticas. Sempre pregando a paz, Martinho, porém, dá um “puxãozinho de orelha” na juventude.

“Os jovens estão ficando muito presos ao mundo cibernético, cada vez mais longe da realidade. É preciso que saiam mais às ruas, que caiam na real, que conversem mais entre si, que marquem mais encontros, que juntos achem soluções para os problemas, enfim, que deixem de viver no mundo da fantasia das redes sociais”, justificou.

Para Martinho, somente com a visão e o papo das ruas o quadro geral pode mudar para melhor. As crônicas de Conversas Cariocas traduzem, segundo ele, justamente as reflexões que andam faltando nas esquinas, calçadas e bares. “As pessoas precisam resgatar o diálogo verdadeiro, de falar mais de música, de fé, de amor, de família”, aconselha.

Distribuídas em 250 páginas, as crônicas de Martinho são textos leves, resultados de suas andanças pelas ruas do Rio, pelas quadras de escolas de samba — principalmente, claro, a da Unidos de Vila Isabel, sua agremiação do coração — e de viagens pelo mundo e a seu refúgio em Duas Barras, no interior do estado. O lançamento será às 19 horas, durante evento que integra a série Encontros Malê na Travessa, uma parceria da editora de mesmo nome, com a rede de livrarias.

HOMENAGENS

Algumas crônicas, lembra o autor, que está gravando o disco Martinho Apresenta Unidos de Via Isabel, pelos 70 anos da escola, foram escritas em homenagem a amigos, como Nelson Sargento e Beth Carvalho.

Membro da Academia Carioca de Letras e da Divine Académie Française des Arts, Letres e Culture, Martinho, apesar de seu jeitão despojado, impõe sentimento intenso e vibração em tudo que fala ou escreve.

Ao falar da violência que vem assombrando a Grande Tijuca, seu ‘quintal’, Martinho recomenda: “As pessoas não devem se trancar em casa. O medo é pior, aniquila e também mata.”

Fonte: ODIA

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